A Ovarense manteve vivas as suas esperanças de apuramento para a Fase Final Nacional depois de vencer este domingo a domicilio o SC Vasco da Gama por 73-85, numa partida atípica em que a equipa vareira renasceu na segunda parte recuperando de uma surpreendente desvantagem ao intervalo de dezoito pontos para acabar por vencer com inteira justiça diante de um adversário que começou o jogo muito inspirado mas que acabou vergado perante a superioridade vareira.
Sabíamos que o jogo não ia ser fácil. Pela frente tínhamos um adversário que normalmente é muito forte a jogar em casa pelo que os nossos índices de concentração, intensidade e capacidade de sacrifício deveriam estar ao máximo se quiséssemos sair das Camélias com um resultado positivo. Mesmo assim fizemos o oposto durante a primeira parte do desafio: deixámos jogar, concedemos muito espaço aos lançadores locais, perdemos alguns ressaltos defensivos, fomos algo individualistas em ataque, com pouca dinâmica no ataque organizado e alguma precipitação na hora de lançar ao cesto e proporcionámos demasiados lançamentos fáceis no nosso cesto o que fez com que a equipa adversária conseguisse uma vantagem ao intervalo que era de 18 pontos. Destaque para a altíssima capacidade concretizadora dos locais que somavam ao intervalo 9 lançamentos de três pontos convertidos e uma percentagem de lançamento de campo a rondar os 70%.
No reatamento a equipa entrou com uma atitude totalmente diferente decidida a mudar o rumo dos acontecimentos e consciente de que só a vitória servia aos seus objectivos de manter-se na luta pelo apuramento. Foi uma Ovarense transfigurada que aumentou os níveis de agressividade defensiva começando a colocar mais pressão defensiva nas transições da equipa adversária e reduzindo os espaços. A jogar com mais sentido colectivo e implementado maior intensidade nas nossas acções, apostando mais no 1x1 e na velocidade e principalmente mantendo grande concentração em campo, conseguimos aos poucos encurtar a diferença para os cinco pontos de desvantagem no final do terceiro período (65-60).
No derradeiro período fomos ainda mais asfixiantes na nossa pressão defensiva o que acabou por derrubar a resistência dos locais. A nível ofensivo não baixamos o ritmo o que nos permitiu passar para a frente do marcador com algo mais de seis minutos para o fim. A partir dai e superado o susto, consolidamos a vantagem, gerindo as nossas posses de bola com maior tranquilidade e conseguimos ir dilatando a vantagem até ao fim acabando por vencer com justiça. Foram importantes a capacidade de sofrimento, a forma colectiva como jogamos na segunda parte e a entrega física e psicológica que todos revelaram na segunda parte do jogo. Mas temos que rever a apatia e falta de atitude (principalmente em termos defensivos) revelada na primeira parte uma vez que se queremos ainda sonhar com o apuramento nunca poderemos permitir tantos pontos em tão só vinte minutos. A concentração é para manter ao longo dos quarenta minutos e é importante respeitar todos os adversários por igual.
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